quinta-feira, 8 de maio de 2008

rosebud

com os teus olhos
vejo
a dor descendo como uma neblina sobre as casas
e as janelas fechando-se

ao longe a bailarina acende-se na música
e espreitam os brinquedos
da memória

é sempre assim o mar
mesmo sem fúria
mesmo que as casas flutuem no seu limbo de lágrimas
mesmo que as árvores
ah as árvores
e as suas grinaldas
de mansinho

citizen kane despenhou o mundo do seu trono de vidro
em plena rua estava morta a rua só o vento
a pisava
e os sons dos meus passos a seguir-me

há por aí alguma porta aberta?

Carlos Nogueira Fino

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