sexta-feira, 9 de maio de 2008

Antiquário

Quando entrou naquela loja de antiguidades ele já tinha certeza de que não compraria nada. Mesmo assim, parava e observava atentamente cada objeto. Aquela loja parecia ser um depósito de coisas inúteis, guardadas à espera de algum excêntrico que tivesse dinheiro para gastar com aquelas velharias. Ele demorou-se mais observando o mostruário de espécies em extinção. Junto deste mostruário ficava um vendedor, pronto para responder a qualquer pergunta sobre aquelas mercadorias. Ele ficou olhando um velho, sentado no fundo de uma jaula, que agia de modo estranho: levantava a cabeça e ficava algum tempo tentando enxergar além do horizonte da loja, para depois fazer sinais em quadrados de um material branco. A jaula estava cheia destes quadrados. Quando requisitado, o vendedor disse ser aquele o último espécime de sua raça e, após olhar em alguns livros expostos em outra estante, concluiu que, em tempos antigos, eram chamado de poetas.

Sapão

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